Tempo de bergamotas

Quem sabe, de fato não existe nada que dependa da nossa existência. Quem sabe nenhuma pedra a ser movida, nada a registrar em cartório, nenhuma prostituta a ser vestida.
Quem sabe estamos apenas por aí buscando leveza, catando objeções e obstáculos, um vento forte a bater no peito a nos obstruir todos os possíveis caminhos que não sejam voar.
Logo eu que sonhei em ser bombeiro! E agora me dou conta de que necessitaria de pessoas em pânico para ver realizado o meu sonho de herói. Quem sabe vou olhar se as bergamotas já estão maduras!
Senão, daqui a pouco eu saio por ai agradecendo ao carente por me oportunizar o caminho de ver além de mim. Agradecendo ao que grita por ser o mestre que chamei nas minhas batucadas e que veio pra me ensinar a respirar. Mestres bem que poderiam avisar com que roupa virão!
Dizem que as pessoas que encontramos por ai são instâncias do criador. Eu desconfio que são partes nossas que num determinado tempo e lugar encontraram uma razão para nos atazanar ou acariciar.
Tempo de ir ver bergamotas. Senão, daqui a pouco eu vou achar que fui eu que inventei os políticos ou que o vagabundo sou eu!

Seria como estar contigo

Naquele dia, acho que foi hoje, eu queria ficar sozinho, olhar o sol, arrumar algumas coisas. Enfim, era domingo. Lembrei de ti, mandei mensagem. Se não precisasses de mim eu teria permissão de estar só. Porque estar disponível a ti seria como estar contigo.