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Trabalho com TI, sou preocupado com questões ambientais.

1/16/2011

Email para a Marina

Querida Marina

Obrigado por partires, estranho como possa aparecer. Obrigado pela oportunidade de não te ver por um tempo, de ficar privado da tua beleza, do teu encanto, da graça do teu corpo. Tudo isto me distraía, acho que me cegava. Eu sentia a tua falta mesmo estando contigo. Me sentia como aqueles pequenos seres da noite que voam sem direção ao encontro de uma fonte luminosa.

Você precisava partir para virar poesia. Sem tua presença busco a tua lembrança para voar. Quem sabe a tua ausência me fará saber onde moras. Esta é minha chance de saber. Ai saberei onde te buscar, sem nada ter que pedir.

Só agora que partiste tiro a roupa e te imagino nua também, sem medo. Minha paixão pelo teu mistério me privava de te conhecer. Porque paixões querem se manter, tem medo de morrer.


Se não te abraço, se não te toco, não corro riscos. Só agora viajo por ti sem a inquietude dos desejos, sejam eles meus ou teus.

Parte do que te escrevo Marina, é mentira, sabes muito bem. Porque se eu estivesse assim tão livre de paixões não precisaria sequer que soubesses disto. Mas você pode me perdoar e dizer alguma coisa que pode ser, em parte, mentira também. Dizer que me entende, por exemplo!


Sinto que me consideras pelos impulsos que controlei, pois você parece entender de crianças e de loucos. Porque apesar das paixões de que me queixo, foram teus olhos doces, ainda que misteriosos, que sempre me fascinaram.


Me escreva, diga como chegaste, Marina. Me fale dos teus sentimentos. Agora quero te conhecer, não preciso mais de mistérios. Basta a distancia.

Se em algum momento teu brilho enfraquecer e tua luz ficar mais fraca me diga. Vou saber mais sobre o pequeno ser voador de que te falo. Saberei onde moras e te encontrarei mesmo se tua luz estiver fraca. Terei aprendido a voar, espero e te encontrarei por aí numa noite qualquer. Livre para te ver além da tua pele, da tua fascinação.

Se for na noite não nos veremos um ao outro. Olharemos juntos para as estrelas e ouvirei teus sonhos e tuas tristezas como agora te escrevo as minhas.

Talvez de fato eu não esteja pronto para as coisas que estou falando e sentirei saudades tuas assim que parar de escrever. Mas sigo aprendendo e a tua partida me ajuda. Se estou tentando esconder alguma tristeza? Não sei, talvez.

Mas eu quero, um dia, nunca mais sentir tua falta.