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Trabalho com TI, sou preocupado com questões ambientais.

11/09/2013

Talvez seja tudo mesmo uma brincadeira!

Acomodei a chave de fenda no parafuso e comecei a girá-lo para desmontar aquela caminha. Preciso de espaço.

Há quanto tempo eu a havia montado? E este tempo, onde foi parar?
Por um instante me pareceu que foi justo agora que eu estava esperando o Lucas nascer e estava montando esta caminha.

Ele agora esta com 10 anos e é o fim de semana que ele fica com sua mãe. Talvez esteja brincando com seus amigos.

E se eu brincar também e girar o parafuso na outra direção? Como se estivesse montando a caminha? Me sentiria novamente esperando ele nascer?

Mas, certamente eu iria querer ver logo a caminha pronta, bem acabada e estaria ansioso por molhar as plantas.

Sentiria pressa. Lembro que há pouco fui ligar o micro e desisti do que ia fazer porque ele está lento. Preciso antes formatá-lo!

Se a brincadeira é possível, acho que posso voltar a montar a caminha ou correr atrás de borboletas. Mas onde quer que eu chegue, sempre terei pressa.

Os três parafusos que eu já desmontei estão agora jogados de forma casual, na minha direita, como eu os deixei. Há vários ainda a serem desmontados, mas paro para encher o chimarrão antes que a água esfrie.

Na rua alguém passando, não sei quem é. Quando paro para encher o chimarrão, não pergunto quem está passando na rua. A pressa para um pouco.

A chave de fenda também aceita esperar e aquele cabo meio amarelo com umas entranhas para a mão não escorregar, lembram uma parecida que meu pai tinha. Ele era animado para montar uma coisa nova, com eu, mas depois que descobria para o que servia, tirava as pilhas e ia descobrir outras coisas.

Saudades! Saudades de alguma coisa. Saudades de esperar o Lucas nascer, saudades do meu velho. Quem sabe a saudade é um sentimento que por pressa foi deixado para viver depois.

Os sábados de manhã e o chimarrão costumam vir conversar comigo sobre estas coisas.

Talvez seja tudo mesmo uma brincadeira!